Pesquisadores da UFMG testam vacina contra a cocaína

A vacina anticocaína passou por testes em roedores e está liberada para estudos em macacos. Esta fase vai marcar a possibilidade de experimentar em pessoas
Pasta base de cocaína usada nos testes da vacina (Foto: Foca Lisboa/UFMG)

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) testam uma vacina que tem se mostrado capaz de criar anticorpos contra a cocaína e bloquear os efeitos do entorpecente. O principal intuito é ajudar no tratamento de dependentes químicos. Pesquisadores desenvolveram em laboratório uma molécula que se liga à droga tornando-a identificável pelo sistema imunológico. A informação é do G1.

O pesquisador e coordenador do Centro de Referência em Drogas da UFMG, Frederico Garcia, explica que a cocaína não é identificada pelo sistema imune, já que ela é uma molécula muito pequena. Por isso, Garcia diz que é necessário ligar moléculas grandes para o sistema imune "olhar para a cocaína e falar 'você não é bem-vinda no organismo".

A partir disso, as células de defesa do organismo entram em ação, fazendo os glóbulos brancos produzirem anticorpos contra a cocaína. Então, toda vez que a cocaína entra na corrente sanguínea, estes anticorpos se ligam à cocaina e não se desligam. "E aí, impedem que ela entre numa barreira protetora do cérebro", completou. Desse modo, os usuários deixam de sentir os efeitos da droga.

O experimento é desenvolvido desde 2013 pelo Núcleo de Pesquisa em Saúde e Vulnerabilidade. Neste momento, pesquisadores comemoram a análise do registro de patente pelo Instituto Nacional de Proteção Intelectual (Inpi).

A vacina anticocaína passou por testes em roedores e está liberada para estudos em macacos. Esta fase vai marcar a possibilidade de experimentar em pessoas. "É um modelo que se aproxima muito mais de seres humanos para ver se a vacina não causa nenhum mal nestes animais ou se poderia causar algum mal para seres humanos.

Depois que o resultado já estiver pronto, será necessário ainda uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Sobre o futuro, o pesquisador diz que acredita que até junho próximo a pesquisa já possa ser testada em seres humanos. Isso levaria dois a três anos até a comercialização.

Para o início dos trabalhos, foi solicitada uma doação à Polícia Federal (PF). Integram o estudo 18 pessoas, entre professores, mestrandos, doutorandos, e estudantes de Medicina.

Garcia diz que espera que, nos usuários, a vacina possa aumentar a taxa de abstinência para que as pessoas consigam retomar a vida com autonomia e independência. Associada a outros tipos de tratamento, a vacina vai aumentar as chances de sucessso dos dependentes.

Redação O POVO Online
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